01/04/2014


Quando paro e penso no rumo que dei a minha vida, é comum me perguntar: “como? Por quê?”. Eu desejava tudo tão diferente, as coisas não aconteceram do jeito que eu desejava! Se eu pudesse voltaria atrás e deixaria de fazer muita coisa que fiz.
Tenho tanto medo de fazer uma escolha errada, não ter volta, custar caro e ter que pagar o preço. E eu não sei se quero pagar esse preço. Às vezes, é difícil levantar a cabeça diante de tantos erros e seguir, e a pior parte, assumir cada deslize e suportar as críticas, os olhares, os sinais de negação.
Admito, muitas coisas que estão acontecendo são melhores do que eu sonhei, mesmo assim, se fosse possível mudar, voltaria no tempo, passaria uma borracha e trocaria muitas das minhas escolhas.
Acordar, dormir, dormir, acordar; que rotina! Às vezes, minha única diversão é ligar para alguém enquanto caminho pela rua, não importa se vou caminhar apenas cinco minutos ou duas horas; o fato é que há dias em que não quero ficar sozinha ou em silêncio. Na verdade, só gosto de silêncio quando estou dormindo, estudando ou rezando, salvo esses momentos, não aguento o silêncio: me estressa, angustia; é ainda pior quando estou perto de pessoas que não conheço ou não tenho afinidade, aí reina a presença de um silêncio constrangedor que eu odeio! Nesses momentos, começo a desenvolver manias estranhas como balançar as pernas, bater os pés ou ainda, coçar minha garganta de um jeito estranho. Eu sei, é ridículo, mas é o que eu faço e pior, às vezes, nem percebo. Acho que, por isso, sempre pensei em procurar um terapeuta, mas, aqui? Penso que, nessa cidade, ninguém sabe o que significa a palavra terapia.
Se eu pudesse pedir algo a Deus, diria: “Senhor, volte o tempo, me deixe nascer de novo e anular as minhas escolhas, por favor!”.

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