O que é pior? Ver pessoas que amamos morrerem, serem sepultados e não termos mais certeza se vamos vê-las; ou, vermos essas mesmas pessoas fazendo suas vidas, felizes e ter a certeza que nunca mais faremos parte da vida elas novamente?
É
pior? Ficarmos revirando nossas lembranças, sentimentos passados, chorar de
nostalgia; ou viver uma vida nova sem passado, sem lembranças boas, sem velhos
amigos?
Sinceramente,
eu não tenho a resposta para nenhuma dessas perguntas! Em momentos de dor,
solidão, preferi um ou outro, mas mudei de ideia sempre. Talvez, a vida seja
isso mesmo, mudar de ideia a cada segundo, fazer escolhas e escolhas e conviver
com as renúncias que estas implicam.
Se
você pudesse viver sua vida novamente, que escolhas mudaria? Quais mudanças
faria? O que seria diferente? Suas atitudes, seus ideais, lutas seriam em prol
o mesmo objetivo final? Ou você mudaria por completo e seguiria o oposto de
tudo que decidiu e guiou até aqui?
Se
a morte batesse a sua porta hoje, você diria:
- “tenho medo de morrer”-> não sabe o que te espera, tem pavor do outro ‘mundo’ que a morte traz consigo, ou o além é pior que aqui;
- “tenho pena de morrer”-> o mundo é bom, está aqui é um presente que não quer que acabe, ou acha um desperdício à morte;
- “não estou pronto para morrer”-> não cumpriu a missão ainda, precisa de mais tempo, necessita terminar algo que começou;
- “estou pronto, pode me levar”-> chegou a hora, fez tudo que pode e nada o prende aqui.
Não
sei qual seria minha resposta, você sabe a sua? Não vivo minha vida em função
da morte, e você?
Paulo
dizia: “morrer pra mim é Cristo, viver pra mim é ganho”, hoje quantas pessoas
diriam o mesmo? Quantas pessoas olham a cruz e pensam como Cristo, morrer hoje
por todos para ressuscitar amanhã na glória de Deus? A fé cristã nos ensina que
o Céu é o nosso lugar, viemos de lá e vamos para lá, mas nossa fé realmente
acredita nisso ou só repetimos isso automaticamente?
É
difícil falar sobre a morte porque não a conhecemos, no entanto, parece pior
falar sobre a vida, pois mesmo estando vivos não sabemos nada sobre ela, ou,
pelo menos, é o que parece. Talvez, por isso, existam tantos livros de
autoajuda, porque viver, que deveria ser algo tão simples e prazeroso, tem se
tornado algo complexo, complicado; esse tipo de literatura parece ensinar um
jeito único de viver, um copiando o outro, parecem dizer: “vivam assim!”. Não
sei se é esse o caminho, mas se são os mais vendidos é porque as pessoas
perderam o sentido de viver e buscam desesperadamente um motivo para sua
existência e aí é inevitável a pergunta: o que está acontecendo? Por que não
vivemos mais uma vida baseada no amor, na fraternidade, na união? Por que nos
falta tanta esperança? Por que vivemos tanto em função do passado ou imaginando
o futuro e deixamos de viver o presente que é o que realmente importa e há de
concreto?
Acredito
que tudo tem um sentido e a resposta para algumas perguntas possa ser: “os
homens vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem
vivido”.
(Maria
José)
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