15/01/2016

A Uma Amiga...


Quando disse seus planos, uma voz dentro de mim paralisou, depois de tudo que planejamos, você deu para trás e eu pagaria por tudo. É típico de você fazer isso com as pessoas e parece que especialmente comigo. Até sua amiga percebeu, não só ela, tantas outras, você discutiu com todas elas e gritava que só dizia respeito a você e a mim. A falta de consideração foi grande, mas passei por cima disso porque acreditava que nossa amizade era maior que tudo isso.

Eu sei que era seu sonho, aliás, você mudou tanto de sonho que não dá para saber qual o verdadeiro. Não sou de disfarçar o que sinto, você sabe bem disso, ou pelo menos sabia, era minha confidente e anjo protetor, hoje você tá aqui na cidade, né? E o “vou te ligar sempre que vier, porque não posso deixar de te ver”?

Foi difícil te ver quebrar as promessas e esperar por dias as ligações e mensagens na net que nunca chegaram, ah é, você nunca mandou. Passava dias para responder que estava bem, embora estivesse online sempre. Foi difícil cantar nossa música – embora ela não saísse da minha playlist – e lembrar que ia demorar meses para te ver, te abraçar e rir de coisas boas, você fez novos amigos, normal, aconteceu comigo também, mas eu não sou igual a você e por isso não esqueci os antigos.

Diziam que éramos parecidas nos gostos, mas não concordávamos, na verdade, concordávamos nas coisas mais absurdas e éramos contrárias nas mais simples. Às vezes, eu me irritava e dizia coisas que sei que não queria ouvir, mas você fazia isso também, éramos irmãs, era nosso dever. Brigávamos por futilidades, mas para defender o que acreditávamos e quando nos olhávamos, tudo ficava claro, o que a outra sentia era visível a olho nu e eu acreditava que o que sentíamos era superior a tudo que existia, na verdade, ainda acredito.

Nossa amizade era tão parte do dia-a-dia como respirar ou comer, confesso que me senti sozinha quando isso passou a não existir e o destino conspirou por nos afastar ainda mais. Rimos de tantas bobagens, fizemos coisas ridículas para nos ajudar, encarei a adolescência, a fase mais complicada da vida ao seu lado. Nossos sonhos eram parecidos – pelo menos, era o que você dizia – mas não os buscamos juntas.

Enfim, esse post não é para te cobrar nada ou jogar nada na sua cara, até mesmo porque você não lê esse blog, é só para desabafar e lembrar, apesar das palavras, o amor e carinho que sinto por você. Hoje não tenho tantas notícias suas, faz um ano que não nos vemos, mas sei que o abraço vai ser enorme quando nos cruzarmos, só vejo as fotos do facebook que aparecem em meu feed de notícias. Mas te vejo realizar seus sonhos, também estou realizando os meus... Só pegamos caminhos diferentes e isso não é nenhum crime.

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