Em
2002, uma amiga da escola que sabia o quanto eu gosto de rock e sou católica,
me apresentou a banda Rosa de Saron, foi amor a primeira vista.
O
tempo passou e o que me restou da banda foi o nome e os títulos das canções que
vagamente eu lembrava.
Em 2005, graças a Lan-House perto da escola, passei a ouvir as músicas com aqueles fones que só funcionavam um lado (hahaha), mas enfim, era bem legal, o melhor era saber que só eu da minha turma conhecia a banda, fazia com que eu sentisse que era a "minha banda".
Quando
a banda estourou nacionalmente em 2008, devido ao contrato com a Som Livre,
todo mundo da minha cidade enfim entendeu o porquê aquela banda me tocava
tanto.
Em
2009, o pessoal da RCC da minha cidade organizou uma caravana para um show
deles em Patu e, evidentemente, eu fui correndo dar meu nome e no dia eu estava
a mil.
Chegamos
na pousada, deixamos nossas malas, andamos pela cidade e a noite, finalmente os
conheci. É claro que isso foi bem louco (se eu estou no meio, tem que ter
loucura envolvida, né?).
Quando
chegamos ao show, fiz amizades com os seguranças e rimos muito, Guadalupe (uma
das meninas que estava na caravana) estava louca para abraçar os integrantes e
eu embarquei junto nessa. Escrevemos uma cartinha para eles e demos a volta
pelo Pântano Club (local do show), atravessamos um pequeno 'pântano" que,
na verdade, era um bueiro onde corria água suja e um espaço mínimo para
atravessar (OMG! me achei bem louca agora lembrando do risco de cair no bueiro,
ficar enlameada e ser levada pelo buraco e morrer), esperamos a banda chegar e
aí, uma sucessão de fatos:
Os
integrantes chegaram numa van, Guadalupe paralisou, eu corri até o carro,
entreguei a cartinha ao Rogério Feltrin (guitarrista da banda) e disse
"leia, por favor", o que eu não esperava era que ele e o Greve
(baterista da banda) acendessem a luz do carro para ler, comecei a gritar
chamando o nome do vocalista e ele surgiu de trás da van e gritou "tô
aqui", quase sem conseguir pronunciar as palavras, entreguei dois pedaços
de papel e uma caneta e pedi que autografasse para Guadalupe e eu, enquanto ele
assinava, o Greve segurou minha mão e disse "que Deus te abençoe, você
traz muita luz". Senti uma paz enorme, ele é muito gente boa.
Quando
o Gui entregou os autógrafos, entrei na van e o abracei forte, eu não queria
sair mais dali, ouvi um dos seguranças gritar "ei, você não pode entrar
aí", mas também ouvi o Greve dizer "pode deixar".
Quando
saí, percebi que Guadalupe estava paralisada ainda, dura feito pedra, chorando,
eles então, muito atenciosos, abraçaram ela e depois, entramos no clube. Só aí,
Guadalupe e eu nos abraçamos e choramos de emoção. O mais difícil foi
atravessar o bueiro para retornar ao clube foi quando percebemos finalmente o
quanto nos arriscamos ali.
No
clube, fomos contar para as outras meninas que choraram muito e se arrependeram
de não ter ido conosco. O show começou, curtimos muito e no final, na hora de
entrar no camarim, o segurança me puxou e me pôs primeiro lá, tirei foto com
eles e os abracei (mas não consegui achar a foto no site deles), no carro,
começamos a conversar e Maianna teve a ideia de voltarmos lá, pegamos novamente
a fila para o camarim e na porta, antes de entrar, o segurança disse "de
novo?", quase caí, porque o outro segurança ficou dizendo que não podia,
mas amizade é tudo, né? Nosso amigo segurança voltou atrás e disse que estava
zoando e quem nem sabia quem eu era, ele piscou o olho e deixou a gente entrar.
Quando
entramos no camarim, o Guilherme de Sá me abraçou e disse "oi, de
novo" e sorriu, tiramos uma foto na câmera do menino que está na foto (ele
mora na minha cidade, mas esqueci o nome dele), ganhei um beijo do Gui na
bochecha direita e voltamos para a pousada.
Depois
que voltei a minha cidade, passei dias procurando o menino no bairro que ele
disse que morava, mas só consegui a foto quando encontrei Maianna numa loja e
ela disse que tinha no Orkut dela.
Corri
na Lan-house e salvei a foto, é claro que fiquei um horror na foto, como podem
ver, mas tá valendo. É uma recordação muito especial daquela noite.
De
lá para cá, muita coisa mudou, nesses dez anos completados hoje (08/08/2009) a
bande esteve presente em muitos momentos da minha vida, momentos tristes,
felizes, neutros e, como os fãs da banda sabem, o vocalista Guilherme de Sá,
saiu e assumiu esse ano o Bruno Faglioni que está fazendo um bom trabalho
também e continuo fã do Rosa de Saron, mas fico feliz de ter ido a esse show
com o Guilherme de Sá, cheguei a ir em outro show ainda, em 2012 em Natal, para
a gravação do DVD Bote Fé (comentei superficialmente sobre essa viagem aqui). E
hoje, lembro com saudade, risos e sentimento de dever cumprido tudo que vivi
aí.
Dez
anos se passaram e aquela menininha hoje ficou mais tímida, não sei se faria
amizade tão fácil com os seguranças ou com o pessoal da van, mas valeu muito a
pena, mostrou que quando me solto e não tenho medo de errar o user julgada, eu
fico mais confiante e faço amizade mais fácil.
Obs.:
esse relato faz parte da Lista de 82 planos para realizar em vida, para
entender mais, clique aqui.
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