08/08/2019

20 - Conhecer o Rosa de Saron (10 anos depois)


Em 2002, uma amiga da escola que sabia o quanto eu gosto de rock e sou católica, me apresentou a banda Rosa de Saron, foi amor a primeira vista.

O tempo passou e o que me restou da banda foi o nome e os títulos das canções que vagamente eu lembrava.

Em 2005, graças a Lan-House perto da escola, passei a ouvir as músicas com aqueles fones que só funcionavam um lado (hahaha), mas enfim, era bem legal, o melhor era saber que só eu da minha turma conhecia a banda, fazia com que eu sentisse que era a "minha banda".

Quando a banda estourou nacionalmente em 2008, devido ao contrato com a Som Livre, todo mundo da minha cidade enfim entendeu o porquê aquela banda me tocava tanto.

Em 2009, o pessoal da RCC da minha cidade organizou uma caravana para um show deles em Patu e, evidentemente, eu fui correndo dar meu nome e no dia eu estava a mil.

Chegamos na pousada, deixamos nossas malas, andamos pela cidade e a noite, finalmente os conheci. É claro que isso foi bem louco (se eu estou no meio, tem que ter loucura envolvida, né?).

Quando chegamos ao show, fiz amizades com os seguranças e rimos muito, Guadalupe (uma das meninas que estava na caravana) estava louca para abraçar os integrantes e eu embarquei junto nessa. Escrevemos uma cartinha para eles e demos a volta pelo Pântano Club (local do show), atravessamos um pequeno 'pântano" que, na verdade, era um bueiro onde corria água suja e um espaço mínimo para atravessar (OMG! me achei bem louca agora lembrando do risco de cair no bueiro, ficar enlameada e ser levada pelo buraco e morrer), esperamos a banda chegar e aí, uma sucessão de fatos:

Os integrantes chegaram numa van, Guadalupe paralisou, eu corri até o carro, entreguei a cartinha ao Rogério Feltrin (guitarrista da banda) e disse "leia, por favor", o que eu não esperava era que ele e o Greve (baterista da banda) acendessem a luz do carro para ler, comecei a gritar chamando o nome do vocalista e ele surgiu de trás da van e gritou "tô aqui", quase sem conseguir pronunciar as palavras, entreguei dois pedaços de papel e uma caneta e pedi que autografasse para Guadalupe e eu, enquanto ele assinava, o Greve segurou minha mão e disse "que Deus te abençoe, você traz muita luz". Senti uma paz enorme, ele é muito gente boa.



Quando o Gui entregou os autógrafos, entrei na van e o abracei forte, eu não queria sair mais dali, ouvi um dos seguranças gritar "ei, você não pode entrar aí", mas também ouvi o Greve dizer "pode deixar".

Quando saí, percebi que Guadalupe estava paralisada ainda, dura feito pedra, chorando, eles então, muito atenciosos, abraçaram ela e depois, entramos no clube. Só aí, Guadalupe e eu nos abraçamos e choramos de emoção. O mais difícil foi atravessar o bueiro para retornar ao clube foi quando percebemos finalmente o quanto nos arriscamos ali.

No clube, fomos contar para as outras meninas que choraram muito e se arrependeram de não ter ido conosco. O show começou, curtimos muito e no final, na hora de entrar no camarim, o segurança me puxou e me pôs primeiro lá, tirei foto com eles e os abracei (mas não consegui achar a foto no site deles), no carro, começamos a conversar e Maianna teve a ideia de voltarmos lá, pegamos novamente a fila para o camarim e na porta, antes de entrar, o segurança disse "de novo?", quase caí, porque o outro segurança ficou dizendo que não podia, mas amizade é tudo, né? Nosso amigo segurança voltou atrás e disse que estava zoando e quem nem sabia quem eu era, ele piscou o olho e deixou a gente entrar.

Quando entramos no camarim, o Guilherme de Sá me abraçou e disse "oi, de novo" e sorriu, tiramos uma foto na câmera do menino que está na foto (ele mora na minha cidade, mas esqueci o nome dele), ganhei um beijo do Gui na bochecha direita e voltamos para a pousada.

Depois que voltei a minha cidade, passei dias procurando o menino no bairro que ele disse que morava, mas só consegui a foto quando encontrei Maianna numa loja e ela disse que tinha no Orkut dela.

Corri na Lan-house e salvei a foto, é claro que fiquei um horror na foto, como podem ver, mas tá valendo. É uma recordação muito especial daquela noite.

De lá para cá, muita coisa mudou, nesses dez anos completados hoje (08/08/2009) a bande esteve presente em muitos momentos da minha vida, momentos tristes, felizes, neutros e, como os fãs da banda sabem, o vocalista Guilherme de Sá, saiu e assumiu esse ano o Bruno Faglioni que está fazendo um bom trabalho também e continuo fã do Rosa de Saron, mas fico feliz de ter ido a esse show com o Guilherme de Sá, cheguei a ir em outro show ainda, em 2012 em Natal, para a gravação do DVD Bote Fé (comentei superficialmente sobre essa viagem aqui). E hoje, lembro com saudade, risos e sentimento de dever cumprido tudo que vivi aí.

Dez anos se passaram e aquela menininha hoje ficou mais tímida, não sei se faria amizade tão fácil com os seguranças ou com o pessoal da van, mas valeu muito a pena, mostrou que quando me solto e não tenho medo de errar o user julgada, eu fico mais confiante e faço amizade mais fácil.

Obs.: esse relato faz parte da Lista de 82 planos para realizar em vida, para entender mais, clique aqui.

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